terça-feira, 25 de março de 2014

Volta ao trabalho antes dos 6 meses: o que fazer?

"Estou preocupada porque meu filho de três meses não aceita a mamadeira. Já tentamos toda sorte de bicos e diferentes fórmulas. O pediatra me disse para parar de amamentar, para que ele possa se acostumar à mamadeira, mas ele ficou os últimos três dias sem comer e continua não querendo. Eu voltei a amamentá-lo, mas agora não tenho mais leite suficiente e ele parece faminto após a mamada. O que posso fazer para ele aceitar a mamadeira? Irei retornar ao trabalho em breve e eu preciso desmamá-lo antes disso"

Essa mãe foi vítima de dois erros freqüentes envolvendo amamentação ao trabalho.

O primeiro erro foi fazê-la acreditar que ela precisava desmamar seu filho antes de retornar ao trabalho. Isso não é necessário. Na pior das hipóteses, ela poderia tentar uma alimentação mista: amamentar antes e depois do trabalho e oferecer leite artificial quando ausente. Todas as crianças (e todas as mães) vivenciam um período difícil quando elas precisam se separar por causa do trabalho, e a amamentação pode ser um maravilhoso caminho entre a separação e o reencontro. Muitas mães encontram soluções satisfatórias melhores que oferecer fórmula: muitas levam seus bebês para o trabalho, outras trabalho compartilhado, algumas conseguem que o bebê seja levado a elas para serem amamentados, outras ordenham e estocam seu leite. Melhor ainda, se seu bebê já tiver idade para introdução dos sólidos, deixe que seu bebê se alimente de comida na sua ausência (esta é uma exceção para a regra geral de amamentar o bebê antes de oferecer os primeiros sólidos).
Quando você sai para o trabalho (ou quando sai com o cachorro), o seu bebê não sabe onde você está e quanto tempo você vai demorar. Ele ficará muito assustado e chorará como se você fosse deixá-lo para sempre. Vai levar alguns anos até que seu bebê seja capaz de ficar longe de você sem chorar e antes que ele entenda que a “mamãe vai voltar logo”. Toda vez que você voltar, vai abraçá-lo, amamentá-lo e o bebê pensará: “outro alarme falso!”. Mas se você retornar ao trabalho e tentar desmamá-lo abruptamente e ao mesmo tempo, quando você volta do trabalho, o bebê pede para mamar e você recusa, o que o bebê irá pensar? “Ela me abandonou porque não gosta mais de mim.” Esse é o pior momento para o desmame.

O segundo erro foi acreditar que o bebê precisa de uma mamadeira (ou sólidos, o que é menos pior) quando você retorna ao trabalho, e você deve acostumá-lo com uma primeiro. Se você treiná-lo a acostumar-se com uma mamadeira, a única coisa que você vai conseguir é arrumar encrenca: ao invés de quatro meses de amamentação exclusiva, você terá três. Mas o que é mais relevante aqui, como a gente viu no exemplo acima, o bebê muitas vezes recusa a mamadeira. Ainda que a mãe ordenhe seu leite e tente dar na mamadeira, muitos bebês recusam.
E a razão é que os bebês não são bobos. Se a mãe não está em casa e a avó vem com uma mamadeira (ou melhor ainda, com um copinho para evitar confusão de bicos), duas coisas podem acontecer. Primeiro, se o bebê não estiver com fome, ele provavelmente não aceitará nada. Ele vai compensar isso quando a mãe retornar. Muitos bebês dormem a maior parte do tempo quando estão distantes das mães, e então vão mamar à noite. A outra possibilidade é, se o bebê estiver com fome (e especialmente se tiver leite materno na mamadeira), ele poderá tomá-la e pronto. E ele deve estar pensando: “Bem, ela não está aqui, então é isso que eu tenho que fazer.”

Mas se mãe está em casa e o bebê pode ver e sentir o peito, como ele vai aceitar um copinho ou mamadeira? Ele deve pensar: “Minha mãe deve estar louca, ela tem o peito aqui e quer me dar essa geringonça?” E ele insiste: “É o peito ou nada!”

Do livro My child won´t eat!, do Dr. Carlos González

Tradução: Fernanda Mainier Hack

quarta-feira, 27 de março de 2013

Amamentar é obrigação!

Ana Luísa mamando aos 3 meses de vida.

Já esperando as pedradas de muitas mães, começo dizendo que pra mim, amamentar não é direito, é obrigação. Sim, obrigação! Eu entendo que o aleitamento é um direito sim, mas um direito do bebê: o direito ao mínimo necessário para crescer com saúde e se desenvolver adequadamente, física e emocionalmente. As mães tem sim que prover isso aos bebês. Aí tem quem diga: mas a mãe não tem direito à escolha? Sim, tem, é claro que tem. A vida é feita de escolhas, afinal, e a verdade é que a gente escolhe mesmo quando não se dá conta, ou quando pensa que não está escolhendo. Pra mim, a escolha vem antes: escolhe-se ter filhos, ou não. Ser mãe é escolha. Ninguém é obrigado a colocar uma criança no mundo, caso não deseje fazê-lo. Veja bem e aguardando pedradas2: não me refiro ao aborto, pois EU sou contra sim. Prevenção e informação tá aí: até o posto de saúde fornece camisinha de graça. Não vivemos mais na época em que ter filhos era "o curso natural da vida", uma etapa obrigatória da qual mulher alguma conseguia escapar, por mais que o desejasse e bla bla bla. Assim, quem tem filhos, é porque optou por tê-los (não entro na discussão sobre gravidezes inesperadas e/ou indesejadas, porque de qualquer forma, tenha sido pensada ou não, consciente ou inconscientemente, ainda houve a escolha, e a responsabilidade que vem com ela: e eu sou a prova disso com a minha gravidez atual, pois não queria, mas sabia do risco). A maternidade é, portanto, uma escolha, e a partir do momento que uma mulher faz essa escolha, há um mínimo que ela, a MEU ver, é sim (ou deveria ser) obrigada a proporcionar. Aí tem quem diga, como você acabou de dizer, das mulheres que não podem, que não conseguem, etc, etc, etc. Bom, isso já foi falado e comprovado cientificamente e por diversos bancos de leites (que oferecem atendimento gratuito a todas as mães), mas vamos lá: salvo raras (raras!) exceções, TODA mulher pode amamentar. Questão de ter apoio, orientação adequada e força de vontade. Você acha que a maioria tem??? Com essa tríade, não tem falta de leite, bebê que não sugue o peito, bebê faminto, cansaço, peito machucado ou seja lá que diabos for que impeça uma amamentação bem sucedida. É claro que seria impensável e descabido uma fiscalização pra ver a mulher que pode ou não amamentar, e que obrigasse o cumprimento de algo como o aleitamento materno. Nem estou propondo algo do gênero. No final das contas, é algo que fica mesmo a cargo do bom senso de cada mãe, das buscas pessoais, das crenças e valores de cada uma. Aí entra aquela questão: "cada uma faz o que achar melhor para o seu filho". E ouço mais: "Não sou "menas" mãe porque não amamentei". Informação tá aí pra quem quer fazer bom uso dela e não pra ser obrigatoriedade e ditar o que cada uma deve ou não fazer... Findo deixando uma reflexão: amamentar deve ser opcional? Uma mulher deveria poder escolher não amamentar seu filho, mesmo podendo fazer isso? O que você acha? Responda aí no seu coração. Sem mais!

domingo, 10 de março de 2013

Uma Alessandra incomoda muita gente




Me permito aqui um desabafo, uma resposta sobre certas indiretas que uma falsa amiga insiste em jogar pra mim no Facebook. Afinal de contas, conversar anda tão fora de moda né? #not Este mesmo texto foi postado lá, mas quero que fique registrado meus pensamento e resolvi fazê-lo aqui também. Infelizmente não posso me dar ao luxo de não precisar trabalhar. Até postei aqui esses dias que queria ficar só em casa cuidando da Ana. Mas isso seria por opção e não por não ter qualificação. Afinal de contas eu sou mulher e mulher também estuda, faz pós graduação, especialização, cursos, concursos... Seria uuma opção, pois tenho tudo isso. Nunca fui acomodada sabe?! Tem muitas mulheres que amam seu trabalho e se sentiriam frustradas de não exercerem seus talentos, talentos a meu ver, dados por Deus! Ele faz criar uma vontade em nós de exercermos uma profissão e depois temos que suprimir isso dentro de nós? Mesmo quando a mulher precisar ajudar ao marido trabalhando fora, ela sente um prazer nesse trabalho... Pois há um soma! Nossa...vejo inúmeras mulheres felizes realizando seu trabalho, seja ele qual for! Lavadeira, cozinheira, donas de estabelecimentos.... Acho inclusive saudável para ela, pois é uma higiene mental sair de casa e realizar algo. Mulheres não se sentem realizadas com SOMENTE uma carreira de sucesso... É óbvio que não! As mulheres são pessoas como quaisquer outras! rsrsrs... Querem ter a família por perto, mas querer ter a família não quer dizer que não devam trabalhar, se quiserem (Veja bem: se quiserem e não por medo de enfrentar o mundo, de sair de casa, medo de sair na rua, por submissão ou o que quer que seja desse tipo). Quanto ao feminismo, muitas mentes alienadas, que não se dão o trabalho de ler um jornal, uma revista, um livro ou outra coisa que não seja "encontrada" na internet (porque achar no facebook ou no google com a bunda sentada, é uma base muito limitada pra se formar uma opinião e defendê-la com propriedade), confundem e acham que ele se baseia em as mulheres quererem ser melhores que homens. E essa mesma mente deve pensar que feminismo é sair por aí protestando sobre qualquer coisa mostrando os peitos. Adianto que isso não é feminismo! Não mesmo! Mas óbvio que se seu acervo se resume em facebook para formar opinião, era mesmo de se esperar que você achasse que mostrar os peitos e feminismo, caminham juntos. Muitas mulheres devem pensar assim também, o que deturpa a idéia do feminismo. Temos que colocar na balança o que evoluiu para melhorar a vida da mulher e o que piorou. Entrando no quesito maternidade: ser mãe não é uma vocação? Acaso todas a mulheres são chamadas à vocação de serem mães? Se não, então acho que não há razão de dizer que são "imaturas" as que não querem ter filhos, se isso não está de acordo com a vocação delas. Dando um exemplo: freiras e religiosas não têm filhos, e é possível que entre elas haja alguém que nunca tivesse tido vontade disso. Ela seria, portanto, "imatura"? Quantas mulheres que hoje são freiras e são felizes, mesmo na clausura. Seguiram sua vocação. Ao contrário de muitas mulheres irresponsáveis que colocam filhos no mundo e os terceirizam. E mais...ser feminista é não precisar utilizar uma roupa que mostre seu corpo, as suas curvas para conquistar ninguém. É não precisar fazer academia, ficar malhada "gostosa" porque a sociedade impõem um tipo de "beleza". É é ter orgulho de ser mulher, de como nasci, de como cresci, de como eu sou... E eu tenho mesmo, inclusive da fé cristã que recebi e acima de tudo meus pais e a própria igreja me ensinou a respeitar o próximo, falar abertamente e acreditar ainda que a conversa "face a face", é bem melhor que indiretinhas por aqui. Feministas não são mulheres histéricas que odeiam homens. Ao contrário, eu gosto de fica cheirosa, de ser elogiada pelo meu companheiro e tá aí uma diferença em que eu acho válida e que eu não quero igualdade. Gosto de todos os mimos, carinhos que posa me dar... Mas acima de tudo, eu gosto do respeito. Feminismo é deixar que minha filha brinque de carrinhos ou vista uma blusa azul, porque carrinho é brinquedo e brinquedo é coisa de criança, não importa se ele é carro ou boneca, azul ou rosa. Ao contrário do machismo, o feminismo não oprime ninguém. Acima de tudo tenho minhas convicções, minha crianção - muito boa por sinal, meus valores. E um conselho (de graça...deveria cobrar, pois é um bom conselho): vá ler um livro, um jornal antes de formar sua opinião equivocada ou linkar coisas que "traduzem" a suas "fortes e equivocadas" convicções. Isso é muito bom e libertador! Informação, mais uma vez, tá aí pra todo mundo, faz bom uso dela quem quer... "Senso comum" hoje não é argumento pra dialogar com ninguém, pois esse papinho de "todo mundo faz ou sempre foi assim" não cola. Isso é coisa de gente sem iniciativa. Cérebro é uma coisa muito boa e acho que cada um devia usar o seu. E claro, não podia faltar o clichê #ProntoFalei


(Perdoem os erros, a falta de concordância em algumas frases...mas creio que dá pra entender o meu sentimento no momento... Thanks!)

domingo, 3 de março de 2013

Do Ventre Nasce Um Novo Coração




Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
(Quando se é mãe, aprende-se sendo. É um aprendizado mútuo)

E é nos teus braços que ele vai saber
(No meu colo que os meus filhos vão saber)

Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez
(Depois que vc sai de casa não há porque voltar, e seus pais não te seguirão e nem pensam nisso, e e comum que pais e filhos considerem-se mutuamente "insensatos")

O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti
(O que um filho aprende com seus pais; educação, modo de ser...)

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
(Claro que os sentimentos valem mais do que a relação estabelecida... ainda que os pais sejam separados, o elo com os filhos não deveria se alterar. Tudo que os filhos sabem fazer aprendem com os pais)

Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa,meu amor
(As facetas que assumimos na vida em ser mãe, mulher, filha, ter que ser amável ou ser forte, dependendo do que a situação exige... Somos verdadeiras "deusas", pois nos foi dado o poder de gerar, de gestar, de dar vida)

Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração
(É... eu estou gestando novamente...estou grávida, rsrsrsr Mas na minha vida vai além. A maternidade em si fez brotar em mim um novo coração, nova vida, um novo jeito de pensar)

Baby, baby, baby, baby
(É isso aí... tem bebê a caminho hahahaha)

O que fazes por sonhar
É o mundo que virá prá ti e prá mim
(O sonho dos nossos filhos muda nossa vida também, muda a vida dos pais, afetando os dois)

Vamos descobrir o mundo juntos baby
(Aprendemos e descobrimos junto com os filhos)

Quero aprender com o teu pequeno grande coração..."
(Nada melhor que aprender com uma criança, apesar de "nada" saber, pois tem o coração puro, aberto pra tudo que vier)

Meu amor,meu amor
Ah baby...
(Meu amor, minha vida: Ana Luísa e bebê2)

(- 1º de Julho, Renato Russo - )

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A importância de um pediatra humanizado



Não deixe de chamar um pediatra humanizado. Você pode pensar que não será necessário, mas poderá se arrepender. Os neonatalogistas de plantão seguem o protocolo da maternidade. Ana Luísa passou por todos os procedimentos de rotina: teve as vias aéreas aspiradas, recebeu colírio de nitrato de prata, desnecessariamente. Pingaram na vagina dela também. Recebeu uma injeção de vitamina K. Quanta "judiação" para um bebê com alguns minutos de vida. O pai dela conseguiu filmar o tratamento que ela recebeu. Uma sala super gelada por conta do ar condicionado e ela lá descoberta, chorando, agarrada na lateral do berço por quase 12 minutos. A enfermeira tratando minha filha como se fosse um pedaço de carne no açougue: virava pra lá e pra cá, furava, apertava as bochechas pra pingar colírio, a perna pra furar da injeção, molhava o pé na tinta do carimbo e ela só chorando... ninguém fez um carinho, deu um afago. Se um dia eu tiver coragem (até hoje não consigo ver todo o vídeo) compartilho com vocês. E onde eu estava enquanto isso tudo acontecia? Na sala ao lado, sem sentir nada das pernas pra baixo, sendo costurada por conta de uma cesárea desnecessária, não podendo recepcionar minha filha dignamente, da maneira que ela merecia. Para mim, dói demais e me faz chorar todas as vezes que eu lembro disso. E não pense que foi somente com a Ana Luísa que aconteceu tudo isso. Esses procedimentos, infelizmente, são "comuns". E ninguém se pergunta se eles são realmente necessário, se o bebê precisa passar por tudo isso... Se você fez uma cesárea, provavelmente seu bebê passou por todos esses procedimentos e você não viu. 
(Alessandra Ferreira, mãe da Ana Luísa, hoje com 1a e 4m)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Amamentação



Ana Luísa, 1 ano e 4 meses, mamou exclusivamente no peito até os 6 meses de vida. E continuamos firmes e fortes até hoje na amamentação. Ela come de tudo (que eu deixo) e acredito que, para nós duas hoje, a amamentação é mais que alimento... é vínculo, é troca, é chamego, aconchego, troca de olhar, carinho. Enfim, nosso momento! 

Porque cada um tem que mamar na sua mãe, confere? 

Aqui, leite de vaca NÃO!  

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